sábado, 7 de maio de 2011

Cansada de lutar!

‘Bloqueio psicológico’ faz Joanna Maranhão deixar prova que a revelou

Cansada de lutar contra os números, pernambucana decide parar de nadar os 400m medley. Resultado no Maria Lenk foi o estopim: 'Estou de saco cheio'

Por Lydia Gismondi Rio de Janeiro
Joanna Maranhão  Maria Lenk 2011 (Foto: Satiro Sodré/CBDA) 
Joanna confere seu tempo no placar pela última
vez nos 400m medley (Foto: Satiro Sodré/CBDA)
 
O dia 14 de agosto de 2004 jamais será esquecido por Joanna Maranhão. Foi nesta data que a nadadora pernambucana entrou para história da natação brasileira ao quebrar o jejum de 56 anos sem nenhuma classificação feminina para finais olímpicas. Os 400m medley agora farão parte apenas de suas lembranças. Cansada de lutar contra os números, a atleta do Minas resolveu abandonar a prova que a consagrou nas Olimpíadas de Atenas.
- Não vou mais nadar essa prova. Já tinha conversado isso com o Vanzella (Fernando, técnico do Minas). Estava só dependendo de como iria nadar aqui (Maria Lenk). Eu já estou de saco cheio, já não entro mais para nadar com raça. Essa prova me lembra coisas muito boas e coisas muito ruins também. Mas ficam as lembranças boas – desabafou a nadadora.

Aos 17 anos, Joanna surpreendeu ao se tornar a primeira nadadora brasileira desde Piedade Coutinho, em Londres-1948, a disputar uma final olímpica. A pernambucana terminou em quinto lugar nos 400m medley de Atenas-2004, com o tempo de 4m40s00. Essa marca, no entanto, nunca mais foi batida.
- Tentei várias vezes fazer o melhor tempo da minha vida, baixar os 4m40s, mas não deu. Isso estava me estressando e me minando psicologicamente. Eu vou nadar mais um ano e meio e tenho que ser feliz com a natação. Nesses anos, fui melhorando em outras provas, os 200m borboleta e os 400m livre, então acho que é uma boa oportunidade que tenho – ponderou Joanna, prata nos 200m borboleta do Maria Lenk 2011.
Na última quarta-feira, ao conferir no placar a marca de 4m49s78, em quarto lugar na final disputada no Parque Aquático Julio Delamare, Joanna decretou o fim.
- Eu chorei, porque eu tenho lembranças boas da prova. Quando subi no pódio, fiquei muito emocionada, porque eu sabia que seria a última vez que estaria ganhando a medalha de ouro nesta prova. Foi a prova que fui finalista olímpica – disse a pernambucana, que foi a melhor brasileira na final.
 

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