Meta do COB é classificar 300 atletas para as Olimpíadas de Londres
Com 148 atletas já garantidos, objetivo do Comitê Olímpico Brasileiro é superar os números de 2008, quando foram 277 atletas para Pequim
A primeira vaga individual brasileira para as Olimpíadas de 2012 foi garantida em novembro de 2010 no tiro esportivo, com Ana Luiza Ferrão. Desde então, os atletas do Brasil se preparam intensamente e participam de seletivas para tentar carimbar o passaporte para Londres. Segundo Marcus Vinícius Freire, superintendente executivo do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), o objetivo é chegar ao Reino Unido com cerca de 300 atletas classificados. Em Pequim-2008, foram 277 atletas, a maior delegação que o país já enviou a uma edição dos Jogos.
- O foco dos próximos meses é exatamente esse: onde tem vaga disponível, a gente vai lutar. Tem agora o vôlei feminino, handebol masculino nas eliminatórias europeias, vagas individuais de natação e atletismo... - disse em entrevista exclusiva .
As vagas já conquistadas
Após Ana Luiza Ferrão se classificar, em novembro de 2010, os números só cresceram. O ano de 2010 terminou com 24 vagas garantidas nos Jogos. Em 2011, muitas conquistas garantiram outros atletas em Londres: 142, no total.
No futebol, a equipe masculina levou o Sul-Americano Sub-20 e a vaga olímpica. Já a feminina se garantiu ao vencer o Sul-Americano, disputado no Equador. Ambas equipes buscam o ouro inédito na competição.
Neymar e Lucas comemoram o título no Sul-Americano Sub-20 e a vaga para Londres. No basquete masculino, o Brasil se classificou ao ficar em segundo lugar no Pré-Olímpico das Américas e volta às Olimpíadas após 16 anos. Já o feminino venceu a competição e também está garantido. No vôlei, o time masculino se garantiu ao terminar em terceiro lugar na Copa do Mundo e a seleção feminina terá de buscar a vaga no pré-olímpico sul-americano que acontece em maio.
Na maratona aquática, a classificação de
Poliana Okimoto veio com o sexto lugar nos 10km do Mundial de Xangai, na China. No taekwondo, Natália Falavigna faturou o ouro no Pan-Americano da categoria, disputado no México. No Pré-Olímpico de Londres, a ginástica artistica feminina conquistou vaga para a equipe completa. A masculina obteve mais uma vaga no individual, além das duas que já estavam asseguradas desde o Mundial de Tóquio, em 2011.
Segundo o COB, no total, 148 atletas já conseguiram vaga olímpica e representam 17 modalidades diferentes. Resultado que superou as expectativas do Comitê, garante Freire.
História do país nas Olimpíadas
O Brasil participa dos Jogos Olímpicos desde 1920, realizado na Antuérpia. É o país sul-americano mais vitorioso na história das Olimpíadas, com 91 medalhas em 28 edições: 20 ouros, 25 pratas e 46 bronzes. A delegação não volta para casa de mãos vazias desde 1952, quando Adhemar Ferreira da Silva conquistou o ouro no salto triplo.
O primeiro resultado significativo, em termos de quantidade de medalhas, só veio em Atlanta, em 1996. O Brasil somou 15 medalhas: 3 ouros, 3 pratas e 9 bronzes. Na edição seguinte, em Sidney, um total também expressivo: 12 medalhas, 6 pratas e 6 bronzes, mas nenhum ouro.
Em Atenas-2000, na Grécia, a delegação brasileira alcançou uma marca inédita: 5 atletas subiram ao topo do pódio. Com 10 medalhas no total, o país garantiu um excelente 16º lugar.
Cielo se emociona com a medalha de ouro nos 50m
livres nas Olimpíadas de Pequim.
Já em Pequim, na última edição dos Jogos, os 277 atletas competiram em 32 modalidades e disputaram 38 finais. Assim, conquistaram 3 ouros, 4 pratas e 8 bronzes, totalizando 15 medalhas. Seis foram inéditas: o ouro de
Cesar Cielo nos 50 metros livres, com direito a recorde olímpico, o ouro de
Maurren Maggi no salto em distância, a primeira de uma mulher em esportes individuais e o ouro no vôlei feminino após vitória sobre os Estados Unidos na final. Além disso, as velejadoras Fernanda Oliveira e Isabel Swan, a judoca Ketleyn Quadros e Natália Falavigna, do taekwondo, também fizeram história ao garantir o bronze.
O Brasil terminou em 23º lugar no quadro geral de medalhas, um desempenho avaliado na época, pelo presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman, como a melhor participação brasileira na história.
Agora, o país se prepara para buscar uma melhor posição no quadro de medalhas em Londres, mas a meta só deve ser atingida nas Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016: dobrar o número de medalhas alcançadas em Pequim.
- São três grandes blocos. O primeiro eu digo que são os inatingíveis (EUA, Rússia e China, são mais de 70 medalhas indo a 110). Não é nossa meta pra 2016, pode ser mais pra frente, ascendência sempre. No segundo bloco, com mais de 40 medalhas (Austrália, Inglaterra e França). E tem o grupo que vamos brigar, entre 25 e 38 medalhas (Coreia do Sul, Ucrânia, Itália, Japão). Essa é nossa luta, são forças grandes que queremos alcançar em 2016 e, para isso, precisamos ir bem em 2012- explica Marcus Vinícius Freire, superintendente executivo do Comitê Olímpico Brasileiro (COB).