quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

SAIU NO SITE DA SWIM UP


OLIMPÍADAS
MINISTÉRIO FALHA NO ESPORTE DE BASE
Faltando cinco anos para a Rio-16, TCU aponta fracasso na detecção de talentos.


Logomarca oficial da Olimpíada Rio-2016


















Restando cinco anos e meio para o Rio sediar a Olimpíada, o Brasil carece de um sistema adequado de detecção de jovens talentos. Essa é uma das constatações de um relatório do TCU (Tribunal de Contas da União) sobre os gastos do governo federal com o esporte de alto rendimento no país.
"As iniciativas que tiveram lugar até aqui, por parte do Ministério do Esporte, foram pouco abrangentes, incompletas e não conseguiram atingir o objetivo de qualquer processo de detecção, que é o encaminhamento de talentos para locais de desenvolvimento", afirma o relatório.
Segundo estimativas da própria Secretaria Nacional de Esportes de Alto Rendimento, ligada ao ministério, cerca de 2% da população de crianças e jovens possui elevado potencial para o esporte de alto nível. Ou seja, o país possui cerca de 540 mil jovens talentos inexplorados.
O número de jovens "descobertos" pela pasta, 5.800, é quase irrisório se comparado a esse total.
Em 2004, o ministério lançou o projeto Descoberta de Talentos, cujo objetivo era cadastrar 40 mil jovens atletas em um banco de dados que poderia ser acessado por clubes e confederações.
Entre 2004 e 2005, a pasta gastou quase R$ 611 mil no programa e "descobriu" 5.800 atletas, que continuaram subaproveitados.
Segundo o TCU, uma parte das confederações nem sequer sabia da existência do banco de dados. Entre as que sabiam, só três entidades disseram ter avaliado os jovens atletas "descobertos".
Em 2008, o ministério focou seus esforços de detecção para o atletismo. O projeto Pentatlo Federal consumiu R$ 264,8 mil e também fracassou, segundo o TCU.
"Novamente a ação não teve continuidade, e os jovens, com poucas exceções, não foram encaminhados aos centros de formação", afirma o documento do TCU.
O ministério, por meio de sua assessoria, diz que o Descoberta de Talentos identificou "muitos jovens com índices promissores, entre eles Cléia Guilhon e Rayssa Costa, atuais primeira e segunda colocadas no ranking da esgrima nacional, respectivamente", mas reconhece que o programa precisava avançar.
Outra ação do pasta voltada ao esporte de base foi questionada pelo TCU. Segundo o relatório, o repasse de verba para os Núcleos de Esportes de Base despencou de R$ 39 milhões, em 2006, para R$ 2 milhões, em 2009.
"O resultado é o abandono do trabalho de base de um grande número de atletas em potencial", diz o relatório.
O tribunal ainda enfatiza o fato de o programa Bolsa Atleta priorizar pouco os mais jovens. Entre 2005 e 2009, só 8% das bolsas foram destinadas à categoria estudantil. Em 2010, uma medida provisória criou a categoria atleta de base no programa.

Pasta funde programas para formar novatos O Ministério do Esporte afirma que a formação de atletas é prioritária para a pasta e que as ações Descoberta de Talento e Núcleo de Esportes de Base se fundiram, o que deu origem ao programa Iniciação Esportiva, que trabalhará em consonância com o Segundo Tempo para "criar uma "porta de saída", com o atleta migrando do banco de talentos para clubes e entidades".

Governo muda forma de órgão para Jogos A presidente Dilma Rousseff decidiu ontem mudar o modelo da estatal que organizará a Olimpíada do Rio-16.
O novo formato da APO (Autoridade Pública Olímpica) terá como atribuições, além de planejar a organização dos Jogos, cuidar do legado e das obras do evento.
Anteriormente, a tarefa seria de uma estatal exclusiva para isso, a Brasil 2016.
O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), confirmou que o governo unificará as duas estatais e que tudo ficará concentrado na APO.
A nova versão, articulada pelo vice-presidente Michel Temer, foi discutida por Dilma, Cabral e o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB). Segundo Cabral, a Empresa Brasileira de Legado Esportivo Brasil 2016 não existirá.
A medida provisória que criava a estatal perdeu a validade no ano passado. Já a medida provisória que cria a APO caducará em março.
O governo estuda deixar a MP perder a validade para mandar outro texto, juntando às atribuições da APO as previstas para a Brasil 2016.
Uma das reclamações de Paes e Cabral era a baixa representatividade da Prefeitura do Rio e do governo fluminense na estrutura da APO, pelo texto que tramita hoje no Congresso. Após a reunião com Dilma, Cabral se disse "muito satisfeito".
Não foi definida data para o envio da MP. Ontem, o relator da medida provisória em tramitação, o deputado Daniel Almeida (PC do B-BA), disse que o governo está "patinando" na discussão.

Cidades já podem se candidatar para ser sede para treinos As cidades interessadas em receber delegações durante a fase de treinamentos para os Jogos do Rio-2016 já podem fazer sua inscrição no Comitê Organizador Local.
Elas terão que oferecer instalações esportivas adequadas, com infraestrutura para deslocamentos rápidos.
O processo de seleção foi aberto ontem, com a confecção de um guia que será distribuído para 205 comitês olímpicos e 150 paraolímpicos nos Jogos de Londres de 2012.
Entre as exigências, as instalações de treinos devem estar a, no máximo, 150 quilômetros, via estrada pavimentada, de um aeroporto atendido por voos regulares de empresas do país. Além disso, o local de treinos não deve ficar a mais de 30 quilômetros de um hotel de, pelo menos, três estrelas.

ENTENDA A APO - Consórcio público formado por União, governo estadual e governo municipal do Rio
- A APO ainda depende de aprovação das três esferas de governo para ser criada
- O ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, é o mais cotado para assumir o comando do consórcio; o ministro do Esporte, Orlando Silva Jr., corre por fora
- A função da APO é coordenar a participação das três esferas no planejamento e na entrega de obras dos Jogos Olímpicos do Rio-2016, garantir o cumprimento das obrigações junto ao COI (Comitê Olímpico Internacional) e gerenciar o legado olímpico
- O consórcio vai administrar uma verba de cerca de R$ 30 bilhões

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