Para evitar imagem negativa, Lance Armstrong se demite de fundação
Após ser banido do esporte e perder todos os títulos da Volta da França, ex-ciclista americano deixa administração de fundação que criou em 1997.
Armstrong se demitiu voluntariamente da organização que fundou em 1997.
Após perder sete campeonatos da Volta da França e todos os títulos conquistados a partir de 1º de agosto de 1998, Lance Armstrong procura meios de impedir que o escândalo de doping que determinou seu banimento do esporte prejudique o trabalho desenvolvido com a caridade. A Fundação Livestrong, organização criada por Armstrong em 1997 para oferecer apoio a pessoas com câncer, anunciou nesta segunda-feira que o ex-ciclista renunciou ao cargo de membro do Conselho de Administração, para evitar que as acusações que pesam sobre o americano possam macular a imagem da instituição.- Lance Armstrong decidiu se demitir voluntariamente do Conselho de Administração da Fundação Livestrong, para poupar a organização de quaisquer efeitos negativos que possam surgir da controvérsia em torno de sua carreira no ciclismo - afirmou Jeff Garvey, presidente da instituição, em um comunicado oficial.
Armstrong, de 41 anos, se envolveu com o suporte a pacientes com câncer após a dura batalha travada contra um tumor no testículo, diagnosticado em outubro de 1996. Quando Lance tinha apenas 26 anos, os médicos afirmaram que sua probabilidade de sobreviver à doença era de apenas 40%. Determinado a lutar contra o câncer, o ex-ciclista fundou a Livestrong no ano seguinte, após os médicos reconhecerem o sucesso no tratamento quimioterápico.
Katherine McLane, uma porta-voz da Livestrong, afirmou à agência Reuters que Armstrong continuará servindo de “inspiração para a caridade” e que é o maior doador da fundação, já tendo contribuído com mais de 7 milhões de dólares, cerca de R$ 14,3 milhões. Além disso, o ex-ciclista manterá sua influência dentro da instituição, apesar de ter abdicado de suas funções administrativas.
- Lance foi fundamental para mudar a forma como o mundo vê as pessoas que lutam contra o câncer. Sua devoção a servir e amparar esses sobreviventes é incomparável e por 15 anos ele se comprometeu a essa causa com todo o seu coração, em nome da Fundação Livestrong - disse McLane.
Por meio de sua fundação, o ex-ciclista ajudou pacientes com câncer .
Em outubro, a União Ciclística Internacional (UCI) homologou o processo de banimento de Armstrong proposto pela Agência Antidoping dos Estados Unidos (Usada, na sigla em inglês). O órgão americano elaborou um dossiê com mais de mil páginas que reunia provas, documentos e depoimentos suficientes para condenar o ex-heptacampeão por uso indiscriminado de eritropoetina, esteroides e transfusões de sangue para melhorar seu rendimento. Além disso, ele teria participado de um programa que obrigava outros atletas a utilizar substâncias proibidas. O ex-ciclista nega todas as acusações.
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