Lance Armstrong diz ter sido usado como bode expiatório de um esporte que sempre esteve manchado pelo doping, e aproveitou para reclamar do "linchamento público" que sofreu.
"Sim, sinto isso. Mas eu entendo o porquê. Nós arrumamos nossa própria cama", disse Armstrong, em tom de mistério. De acordo com ele, os ciclistas já vêm se aproveitando do doping há décadas.
"Minha geração não foi diferente de nenhuma outra. A 'ajuda' (doping) evoluiu de acordo com os anos, mas o fato é que nosso esporte é muito duro, e todos sempre buscaram levar alguma vantagem. Antigamente, o pessoal pegava carona nos trens, hoje, se usa EPO", afirmou.
O ex-ciclista confessou, em entrevista à apresentadora Oprah Winfrey, que usou substâncias proibidas desde a metade dos anos 90 até 2005, período no qual conquistou diversos títulos importantes na modalidade.
Para Armstrong, "linchar apenas um homem", como ele considera que foi feito em seu caso, não será suficiente para banir o doping do esporte.
"Tanto no ciclismo quanto em todos os outros esportes de resistência, linchar publicamente uma única pessoa não vai resolver nada", reclamou.
O antigo campeão da Volta da França também afirmou que a descoberta de seu caso não vai acabar com o ciclismo profissional, mas vai atrapalhar muito o esporte.
"O ciclismo nunca vai morrer, mas vai encolher. Os patrocinadores vão abandonar, as corridas vão ser canceladas... Isso já estamos vendo. Esse estado de caos ainda deve prosseguir por uma década, o que é uma pena, porque vai atrapalhar a carreira de muitas jovens revelações do esporte", disse.
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