sábado, 10 de agosto de 2013

Doping dá "clima de Volta da França" a Mundial de atletismo com Bolt solitário.

  • Usain Bolt participa de treinamento antes do Mundial de Atletismo, em Moscou
    Usain Bolt participa de treinamento antes do Mundial de Atletismo, em Moscou

Esta, porém, é a primeira vez que o atletismo enfrenta uma situação parecida no cenário mundial. Recentemente, astros como Asafa Powell e Tyson Gay, que brigariam com Usain Bolt pelo ouro nas provas rápidas, ficaram fora após serem pegos, assim como outros 31 atletas turcos, suspensos pela federação local também por doping.
Os recentes escândalos de doping abalaram o Mundial de Atletismo, que começa neste sábado, em Moscou (RUS). Esvaziado após vários atletas serem flagrados em exames, a competição se inicia com um clima semelhante ao que a Volta da França de ciclismo enfrentava a cada edição - até antes mesmo de Lance Armstrong admitir o doping e protagonizar um dos maiores escândalos do esporte.
A Volta da França, uma das maiores provas do ciclismo, vivia um clima de desconfiança a cada ano. Lance Armstrong, campeão sete vezes da competição, escancarou um escândalo na modalidade neste ano, após admitir publicamente que se dopou ao longo da carreira. Ele perdeu todos os títulos, patrocínios e até o status de lenda que o acompanhava.
Outro que admitiu que usava substâncias proibidas na disputa ciclística foi o alemão Erik Zabel, pego em 1998. Recentemente, um estudo provou que Marco Pantani e o alemão Jan Ullrich, campeão e vice da Volta daquele ano também estavam dopados. Um estudo francês, aliás, mostrou que na década de 90 o uso do EPO (eritrpoietina), hormônio produzido para provocar aumento do nível de glóbulos vermelhos e, consequentemente o aumento de resistência, já era comum. 
Em entrevista ao jornal espanhol Marca, Usain Bolt reafirmou nunca ter se dopado e se colocou à disposição para qualquer tipo de exame que possa ser feito, inclusive o congelamento de amostras de sangue. ""Por 50 anos? Sim [poderia congelar as amostras]. Eu passo por muitos controles de sangue durante a temporada e por mim não haveria nenhum problema com qualquer coisa que coloquem. Insisto em me submeter a controles a todo tempo", disse.
Em Moscou, o Mundial de Atletismo acabou esvaziado de estrelas após os exames positivos de Gay e Powell - este último, aliás, admitiu o doping, apesar de alegar que não foi uso voluntário. A ausência da dupla e também do atual campeão dos 100 m, Yohan Blake, lesionado, abrem espaço para Usain Bolt brilhar solitário nas pistas.
O jamaicano, campeão olímpico, tem na Rússia a possibilidade de se igualar a Carl Lewis como o maior vencedor da história dos Mundiais. Bolt atualmente tem sete medalhas na competição. Para chegar a este status, terá que ganhar as três provas que disputará (100 m, 200 m e revezamento 4 x 100 m). Assim, chegaria a oito ouros e duas pratas, resultado melhor que Lewis, que teve oito ouros, uma prata e um bronze.
Em Moscou, se não terá Blake, Gay e Powell a seu lado, o campeão olímpico 'ganhou' um concorrente quase dez anos mais novo. O japonês Yoshihide Kiryu, de 17 anos, vem sendo tratado como fenômeno após se tornar o mais rápido do mundo em sua categoria e ficar muito perto de baixar a marca de 10s. Há a expectativa até de que no Mundial ele consiga correr abaixo de 10s e se torne o mais rápido 'não-negro' das pistas, superando o francês Christophe Lemaitre, que tem a marca de 9s92.

BRASIL TENTA APAGAR VEXAME DA OLIMPÍADA DE LONDRES

  • A delegação brasileira em Moscou tentará no Mundial apagar o vexame que o atletismo do país passou nos Jogos Olímpicos do ano passado, em Londres. Foi a pior campanha do Brasil no atletismo em 20 anos, repetindo o que havia acontecido em Barcelona-82, quando nenhum atleta foi ao pódio.

    Fabiana Murer, do salto com vara, carrega grande parte da expectativa de uma láurea em Moscou. Campeã mundial em 2011, ela começará sua defesa de título no domingo, às 12h10 (de Brasília). A aposta de Elson Miranda, técnico e marido de Murer, é de um bom resultado: "Ela vai brigar pela final", afirmou. A melhor marca da saltadora na temporada é 4,73m, bem longe do recorde mundial da russa Yelena Isinbayeva, de 5,06m.

    Bruno Lins, nos 200m, Mauro Vinícius, no salto em distância, Ana Claudia Lemos, nos 100m e nos 200 m, e o revezamento 4x100 m feminino são outras apostas de resultados positivos para o Brasil na competição que vai até o dia 18 de agosto.

    MUNDIAL MARCA DESPEDIDA DE MUSA ISINBAYEVA DO ATLETISMO

  • O Mundial de Moscou marcará também a despedida da russa Yelena Isinbayeva das provas de salto com vara. Recordista mundial, a musa anunciou recentemente que não voltará a competir após a disputa ao lado de sua torcida.

    "Minha carreira terminará com absoluta certeza após o Mundial. Para mim será um momento triste. Por isso, tenho que desfrutar ao máximo", declarou.

    Isinbayeva foi por muito tempo o principal nome do salto com vara no atletismo mundial. A russa conquistou duas medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos (Atenas-2004 e Pequim-2008), além de um bronze em Londres-2012.

    Conhecida também por sua beleza, a musa russa conquistou dois ouros e um bronze em Mundiais (2003/2005/2007), além de quatro ouros e um bronze nos Mundiais indoor (2003/2004/2006/2008/2012).

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