Londres-2012 aperta o cerco contra o doping com mais coletas de sangue
Terceira geração da EPO já poderá ser detectada nas Olimpíadas: 'Algumas substâncias serão facilmente encontradas', diz o médico Eduardo De Rose
De uma edição para outra dos Jogos Olímpicos, a orientação do Comitê Olímpico Internacional (COI) é de que o aumento no número de controles antidoping chegue aos 10%. Em Londres, além dos 6.000 - 500 a mais do que Pequim -, o Comitê Organizador promete uso de tecnologia rápida e supersensível, capaz de detectar substâncias proibidas que em 2008 não conseguiram ser identificadas. Entre elas, a terceira geração da eritropoeitina, conhecida com cera, que permite o aumento da produção de glóbulos vermelhos, favorecendo atletas de provas de resistência. Além dos exames de urina, os organizadores resolveram aumentar a quantidade de testes de sangue e frisam, desde o início do ano, que os atletas que resolverem tentar burlar as regras terão problemas.
O laboratório do King’s College London foi totalmente reformado. Ganhou nova área física e equipamentos para poder funcionar sem parar, 24 horas por dia. Desde a abertura da Vila até o fechamento dela, serão feitos controles. A expectativa é que sejam feitos até 400 diariamente, fora e em competição. As amostras ficarão guardadas por oito anos e, poderão ser retestadas. De acordo com De Rose, até o quinto colocado da final de cada esporte será submetido a testes. Os exames terão três características: randômica, dirigidos (quando se tem uma informação para testar determinado atleta) e com os vencedores.
De acordo com o médico, a expectativa é que a tradição seja seguida em Londres, e que o maior número de casos positivos seja para anabólicos esteroides (60,8%). Logo em seguida, aparecem os estimulantes (10,3%), sem intenção de doping, devido ao uso de remédios para dor de cabeça ou nariz. Embora o doping genético - capaz de aumentar a produção hormonal, estimulando o organismo a fabricá-lo -, tenha deixado COI e Wada em alerta no últimos anos, De Rose acredita que ainda não haverá notícia dele nestas Olimpíadas.
- Se eu voltasse cerca de seis anos, talvez pensasse que seria real em Pequim e Londres. Mas não vem acontecendo. O doping genético teve um movimento muito forte que seria usado e não houve evolução rápida como se pensava. Você pode melhorar um animal, mas perde vários para melhorar um. Tem que haver a certeza da utilização da técnica. Isso vai acontecer, como um dia aconteceu com a cirurgia cardíaca, que hoje tem a técnica dominada. Mas não esperaria doping genético para Londres e nem para os Jogos do Rio-2016. Embora seja difícil fazer uma previsão para daqui a quatro anos porque para a ciência esse é um tempo grande. Depende da investigação e do aprimoramento da técnica.
Laboratório que fará as análises nos Jogos funcionará 24 horas .
- A orientação é aumentar as coletas de sangue porque nos Jogos há várias substâncias que só são detectadas com esse exame. Mas eles são feitos fora de competição, porque a época correta é dias antes de os atletas competirem. Algumas substâncias serão facilmente encontradas. A cera, por exemplo, que só foi detectada após Pequim, na Volta da França de 2009. Quem usa algo nos Jogos Olímpicos raramente é atleta de ponta ou tem certeza de que não vai ser detectado - disse o médico Eduardo De Rose, responsável pela área de doping do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e membro-fundador da Agência Mundial Antidoping (Wada).O laboratório do King’s College London foi totalmente reformado. Ganhou nova área física e equipamentos para poder funcionar sem parar, 24 horas por dia. Desde a abertura da Vila até o fechamento dela, serão feitos controles. A expectativa é que sejam feitos até 400 diariamente, fora e em competição. As amostras ficarão guardadas por oito anos e, poderão ser retestadas. De acordo com De Rose, até o quinto colocado da final de cada esporte será submetido a testes. Os exames terão três características: randômica, dirigidos (quando se tem uma informação para testar determinado atleta) e com os vencedores.
De Rose: orientação é aumentar as coletas de sangue .
- Na edição de Atenas, dois arremessadores húngaros foram pegos em exames dirigidos. Foram dois medalhistas de ouro. Um deles não quis fazer o teste. O outro conseguiu sair e o pegamos depois na Hungria.De acordo com o médico, a expectativa é que a tradição seja seguida em Londres, e que o maior número de casos positivos seja para anabólicos esteroides (60,8%). Logo em seguida, aparecem os estimulantes (10,3%), sem intenção de doping, devido ao uso de remédios para dor de cabeça ou nariz. Embora o doping genético - capaz de aumentar a produção hormonal, estimulando o organismo a fabricá-lo -, tenha deixado COI e Wada em alerta no últimos anos, De Rose acredita que ainda não haverá notícia dele nestas Olimpíadas.
- Se eu voltasse cerca de seis anos, talvez pensasse que seria real em Pequim e Londres. Mas não vem acontecendo. O doping genético teve um movimento muito forte que seria usado e não houve evolução rápida como se pensava. Você pode melhorar um animal, mas perde vários para melhorar um. Tem que haver a certeza da utilização da técnica. Isso vai acontecer, como um dia aconteceu com a cirurgia cardíaca, que hoje tem a técnica dominada. Mas não esperaria doping genético para Londres e nem para os Jogos do Rio-2016. Embora seja difícil fazer uma previsão para daqui a quatro anos porque para a ciência esse é um tempo grande. Depende da investigação e do aprimoramento da técnica.
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