formado por e-mail e outras curiosidades
Ecomotion/Pro começou com 32 equipes, entre brasileiros e estrangeiros, e equipe campeã deve completar os mais de 620 km de prova até sexta-feira
Nesta semana, a Costa do Cacau, região Sul da Bahia, recebe a 10ª edição do Ecomotion/Pro, principal corrida de aventura das Américas. Por aqui, disputam o prêmio atletas de 21 a 49 anos, divididos em 32 quartetos. Alguns times foram criadas há uma década e mantêm a mesma formação há alguns anos. Mas teve gente que se conheceu às vésperas da prova.
"Só conhecíamos o Pedro e encontramos o Adriano no aeroporto", fala Larissa Schneider, filha de Rosemeri e Valmir, que completam a equipe Papaventuras, de Venâncio Aires, no Rio Grande do Sul. Larissa participa da organização e tenta acompanhar os pais na prova baiana.
A equipe que existe há mais tempo é a QuasarLontra Kailash. Segundo Shubi Guimarães, uma das diretoras do Ecomotion/Pro, eram dois times em 1999 e eles se fundiram em 2000. E também é o time com a mesma formação há mais tempo, quatro anos.
"A equipe tem se dar bem de cara, se não acaba na primeira corrida. E, no nosso caso, acho que temos muita coisa em comum que nos mantém unidos. Somos muito competitivos, gostamos disso. E também somos muito teimosos", afirma Tessa Roorda, da QuasarLontra.
Entretanto, isso é uma exceção. Diversas equipes mudam um ou mais integrantes de um ano para o outro. A atual campeã e líder da prova até agora, Columbia Vidaraid, tem um novato. Marco Amselem compete pela primeira vez com o quarteto.
Ainda entre os primeiros colocados, o time de Brasília, a BMS, também tem gente nova, que chegou à equipe depois de uma caça pelo quarto integrante por e-mail. "Já é uma vitória largar na prova. A gente tinha uma equipe redondinha, mas um dos garotos quebrou o braço agora no meio de julho. Depois de uma semana arrumamos outro e ele teve uma infecção. Chamamos outro, mas era muito cru e ia dar mais trabalho para a gente em uma prova tão longa e sem apoio. A gente disparou e-mail e respondeu um inglês, o Nick, e ele é super bom e corre há muitos anos. A gente caiu para cima", conta Camila Nicolau, capitã da BMS.
No quarto dia de Ecomotion/Pro, a convivência da equipe de Brasília com Nick Gracie está aprovada. "Ele é demais e trouxe muita coisa para a equipe. Ele também é capitão e sabe como coordenar uma equipe, o que é muito difícil em uma prova como essa", comenta Camila. O inglês também se sente à vontade. "Fui muito bem recebido. Eu sou o papai da equipe", fala Nick, que tem 41 anos e é pai se três filhos.
A BMS comemora o desempenho até aqui - a corrida teve a largada no domingo às 11h, e a previsão é que o campeão complete o percurso na quinta-feira à noite ou na madrugada de sexta. Em momentos da prova eles ficaram à frente da Segate, atual campeã mundial e líder do ranking, que também tem estreante na corrida na Bahia.
"A gente nem imaginava dar trabalho para a campeã mundial. Isso já valeu a corrida. Mas agora a gente quer buscar os espanhois", diz Guilherme Pahl ao cruzar com a reportagem do iG já na parte final da prova.
Turismo e diversão
A prova conta com diversos times estrangeiros, como a Team China, formada por quatro chineses. A corrida de aventura também é uma forma de fazer turismo. "Já vimos várias paisagens e é um lugar muito bonito. Estou adorando", disse Sophie Hart ainda no segundo ponto de checagem da corrida, no domingo, depois de uma etapa de trekking pela praia e pela costa em Itacaré (as equipes têm que definir seus caminhos com a orientação de mapas e bússolas e passar por 45 pontos de checagem em uma ordem pré-definida até a chegada).
"Por alguns momentos dá para parar e olhar a paisagem. Gostei de ver as árvores de cacau e passamos em um algum que tinha cheiro de chocolate quente", afirma Trevor Voyce, outro atleta da Segate em um ponto de checagem perto do topo da Serra Bonita, depois da metade do percurso.
A regra da prova exigia que os quartetos tivessem ao menos um integrante do sexo oposto. A equipe francesa Issy Triathlon veio para a competição ignorando isso, apenas para conhecer o local e tentar cruzar a linha de chegada. "Eles até poderiam ter procurado uma garota, mas não quiseram. Foi uma viagem de amigos e família", explica Marie Lepors, namorada de Stephane Logerot, um dos integrantes. Ela conta que o irmão Guillaume e Gweanel trouxeram esposa e filhos e já viajaram duas semanas pelo Estado. Marie e Stephane vieram às vésperas da prova. Porém, as coisas não estão muito simples para eles. O namorado de Marie, depois de quatro dias de prova, já se sentia muito mal e estava com muitas dores nos pés e desistiu. A equipe seguiu para tentar cruzar a linha de chegada.
Correndo ao lado de casa
O Ecomotion/Pro tem apenas uma equipe inteira formada por nordestinos. É a Oskaba, de Alagoas. Apesar de serem de perto, não levam nenhuma vantagem. "Já tinha feito provas na Bahia, mas não conhecíamos nada do percurso", comenta Edson Júnior. E a prova não foi fácil para eles. Logo no primeiro trekking, Ana Sofia de Lima foi derrubada por uma onda na costeira e quase se afogou, apesar do colete salva-vidas. Todos ficaram por três horas em cima de uma pedra, esperando a maré baixar para poder seguir. "É uma prova com requintes de crueldade", brinca Edson.
Mesmo com o sofrimento e sustos, ninguém, seja equipe jovem ou veterano, pensa em parar. "Nos fizemos um juramento antes da prova: se alguém desistir, vai ter porrada", garante Sofia.
Nesta semana, a Costa do Cacau, região Sul da Bahia, recebe a 10ª edição do Ecomotion/Pro, principal corrida de aventura das Américas. Por aqui, disputam o prêmio atletas de 21 a 49 anos, divididos em 32 quartetos. Alguns times foram criadas há uma década e mantêm a mesma formação há alguns anos. Mas teve gente que se conheceu às vésperas da prova.
"Só conhecíamos o Pedro e encontramos o Adriano no aeroporto", fala Larissa Schneider, filha de Rosemeri e Valmir, que completam a equipe Papaventuras, de Venâncio Aires, no Rio Grande do Sul. Larissa participa da organização e tenta acompanhar os pais na prova baiana.
A equipe que existe há mais tempo é a QuasarLontra Kailash. Segundo Shubi Guimarães, uma das diretoras do Ecomotion/Pro, eram dois times em 1999 e eles se fundiram em 2000. E também é o time com a mesma formação há mais tempo, quatro anos.
"A equipe tem se dar bem de cara, se não acaba na primeira corrida. E, no nosso caso, acho que temos muita coisa em comum que nos mantém unidos. Somos muito competitivos, gostamos disso. E também somos muito teimosos", afirma Tessa Roorda, da QuasarLontra.
Entretanto, isso é uma exceção. Diversas equipes mudam um ou mais integrantes de um ano para o outro. A atual campeã e líder da prova até agora, Columbia Vidaraid, tem um novato. Marco Amselem compete pela primeira vez com o quarteto.
Ainda entre os primeiros colocados, o time de Brasília, a BMS, também tem gente nova, que chegou à equipe depois de uma caça pelo quarto integrante por e-mail. "Já é uma vitória largar na prova. A gente tinha uma equipe redondinha, mas um dos garotos quebrou o braço agora no meio de julho. Depois de uma semana arrumamos outro e ele teve uma infecção. Chamamos outro, mas era muito cru e ia dar mais trabalho para a gente em uma prova tão longa e sem apoio. A gente disparou e-mail e respondeu um inglês, o Nick, e ele é super bom e corre há muitos anos. A gente caiu para cima", conta Camila Nicolau, capitã da BMS.
No quarto dia de Ecomotion/Pro, a convivência da equipe de Brasília com Nick Gracie está aprovada. "Ele é demais e trouxe muita coisa para a equipe. Ele também é capitão e sabe como coordenar uma equipe, o que é muito difícil em uma prova como essa", comenta Camila. O inglês também se sente à vontade. "Fui muito bem recebido. Eu sou o papai da equipe", fala Nick, que tem 41 anos e é pai se três filhos.
A BMS comemora o desempenho até aqui - a corrida teve a largada no domingo às 11h, e a previsão é que o campeão complete o percurso na quinta-feira à noite ou na madrugada de sexta. Em momentos da prova eles ficaram à frente da Segate, atual campeã mundial e líder do ranking, que também tem estreante na corrida na Bahia.
"A gente nem imaginava dar trabalho para a campeã mundial. Isso já valeu a corrida. Mas agora a gente quer buscar os espanhois", diz Guilherme Pahl ao cruzar com a reportagem do iG já na parte final da prova.
Turismo e diversão
A prova conta com diversos times estrangeiros, como a Team China, formada por quatro chineses. A corrida de aventura também é uma forma de fazer turismo. "Já vimos várias paisagens e é um lugar muito bonito. Estou adorando", disse Sophie Hart ainda no segundo ponto de checagem da corrida, no domingo, depois de uma etapa de trekking pela praia e pela costa em Itacaré (as equipes têm que definir seus caminhos com a orientação de mapas e bússolas e passar por 45 pontos de checagem em uma ordem pré-definida até a chegada).
A prova conta com diversos times estrangeiros, como a Team China, formada por quatro chineses. A corrida de aventura também é uma forma de fazer turismo. "Já vimos várias paisagens e é um lugar muito bonito. Estou adorando", disse Sophie Hart ainda no segundo ponto de checagem da corrida, no domingo, depois de uma etapa de trekking pela praia e pela costa em Itacaré (as equipes têm que definir seus caminhos com a orientação de mapas e bússolas e passar por 45 pontos de checagem em uma ordem pré-definida até a chegada).
"Por alguns momentos dá para parar e olhar a paisagem. Gostei de ver as árvores de cacau e passamos em um algum que tinha cheiro de chocolate quente", afirma Trevor Voyce, outro atleta da Segate em um ponto de checagem perto do topo da Serra Bonita, depois da metade do percurso.
A regra da prova exigia que os quartetos tivessem ao menos um integrante do sexo oposto. A equipe francesa Issy Triathlon veio para a competição ignorando isso, apenas para conhecer o local e tentar cruzar a linha de chegada. "Eles até poderiam ter procurado uma garota, mas não quiseram. Foi uma viagem de amigos e família", explica Marie Lepors, namorada de Stephane Logerot, um dos integrantes. Ela conta que o irmão Guillaume e Gweanel trouxeram esposa e filhos e já viajaram duas semanas pelo Estado. Marie e Stephane vieram às vésperas da prova. Porém, as coisas não estão muito simples para eles. O namorado de Marie, depois de quatro dias de prova, já se sentia muito mal e estava com muitas dores nos pés e desistiu. A equipe seguiu para tentar cruzar a linha de chegada.
Correndo ao lado de casa
O Ecomotion/Pro tem apenas uma equipe inteira formada por nordestinos. É a Oskaba, de Alagoas. Apesar de serem de perto, não levam nenhuma vantagem. "Já tinha feito provas na Bahia, mas não conhecíamos nada do percurso", comenta Edson Júnior. E a prova não foi fácil para eles. Logo no primeiro trekking, Ana Sofia de Lima foi derrubada por uma onda na costeira e quase se afogou, apesar do colete salva-vidas. Todos ficaram por três horas em cima de uma pedra, esperando a maré baixar para poder seguir. "É uma prova com requintes de crueldade", brinca Edson.
O Ecomotion/Pro tem apenas uma equipe inteira formada por nordestinos. É a Oskaba, de Alagoas. Apesar de serem de perto, não levam nenhuma vantagem. "Já tinha feito provas na Bahia, mas não conhecíamos nada do percurso", comenta Edson Júnior. E a prova não foi fácil para eles. Logo no primeiro trekking, Ana Sofia de Lima foi derrubada por uma onda na costeira e quase se afogou, apesar do colete salva-vidas. Todos ficaram por três horas em cima de uma pedra, esperando a maré baixar para poder seguir. "É uma prova com requintes de crueldade", brinca Edson.
Mesmo com o sofrimento e sustos, ninguém, seja equipe jovem ou veterano, pensa em parar. "Nos fizemos um juramento antes da prova: se alguém desistir, vai ter porrada", garante Sofia.
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