Com estrutura de ponta, Pinheiros aposta em 'pratas da casa' na natação
Clube de São Paulo deixa de contratar nadadores de fora para investir na base e buscar nas próprias piscinas os futuros campeões das raias
Maior clube poliesportivo da América Latina, localizado em São Paulo, o Pinheiros possui uma área de 170 mil m², investe R$16 milhões por ano em 16 categorias olímpicas e abriga 38 mil sócios. Seu parque aquático é formado por seis piscinas, uma delas coberta e aquecida. Segundo Marcelo Santos, diretor de esportes aquáticos e individuais do clube, a estrutura, que prepara 186 atletas, tem efeito nos resultados dentro d'água.
- Você pega uma quantidade tão grande de atletas e associados que praticam esportes e acaba surgindo naturalmente um grande medalhista. A prova disso é que, recentemente, nós tivemos uma surpresa gratíssima no Troféu Maria Lenk.
A surpresa ficou por conta de Bruno Fratus, atleta formado na base do clube, que venceu Cesar Cielo na final dos 100 metros livre do torneio disputado em maio. O nadador de 21 anos faz parte de um seleto grupo do Pinheiros, que conta com Gabriela Silva, Gabriel Mangabeira, Flávia Delaroli, além de Felipe França, que participou das Olimpíadas de Pequim, em 2008, e estabeleceu o recorde sul-americano em piscina olímpica em 2009.
Bruno Fratus bateu Cielo e surpreendeu a todos no Troféu Maria Lenk
Apesar do grande número de campeões nas raias, nem todos as pessoas conseguem vagas pra treinar no clube, diz Marcelo Santos.
- A gente não consegue absorver todas as equipes, todas as pessoas que desejam treinar. Fica cada vez mais alto o nível para você fazer parte do grupo aqui do Pinheiros.
Conquistas à vista
A história do Pinheiros é marcada por conquistas. A primeira medalha olímpica veio com o bronze de Manuel dos Santos, nos 100 metros livre, em Roma (Itália), em 1960. Gustavo Borges era atleta do clube quando conquistou a prata na mesma prova nas Olimpíadas de Barcelona, em 1992, e nos 200 metros livre e 100 metros livre em 1996, em Atlanta. Um dos maiores campeões é Cesar Cielo, hoje no Flamengo, que foi ouro em 2008, em Pequim, e bateu o recorde mundial nos 50 metros livre na piscina do Pinheiros, em 2009.
Para Arilson Silva, supervisor técnico de natação, na base do clube já despontam promessas para o futuro.
- Tivemos quatro atletas nossos estabelecendo o índice para o Campeonato Mundial Júnior, que são índices apertados, e eles se colocaram entre os top 10 da idade nas provas que eles vão nadar. Isso mostra que já tem gente boa vindo.
Com 13 títulos brasileiros, o Pinheiros aposta em seus pratas da casa para continuar vencendo nas piscinas. Contratando cada vez menos atletas de fora, a escolhinha do clube possui 815 crianças inscritas e outras 800 ainda aguardam por uma vaga.
- Tem que ter um currículo esportivo bom além de um bom biotipo, referências em relação a medidas, padrão de postura e padrão atlético. A gente da uma olhada nisso também.Mas não queremos apenas campeões dentro d’água, queremos formar um bom cidadão - diz Silva.
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