quinta-feira, 5 de julho de 2012


Segundo jornal holandês, ex-ciclista foi acusado por antigos companheiros
Segundo jornal holandês, ex-ciclista foi acusado por antigos companheiros.

Lance Armstrong vê acusações de doping como vingança de ex-companheiros

  • O ciclista norte-americano Lance Armstrong denunciou uma “vingança” nesta quinta-feira, horas depois da publicação de um artigo sobre um acordo ao que teriam chegado quatro ex-companheiros para testemunhar contra ele em troca de redução de punições.
George Hincapie (da equipe BMC), Levi Leipheimer (da Omega Pharma), Christian Vande Velde e David Zabriskie (ambos da Garmim), quatro americanos que correram com o sete vezes campeão da Volta da França, teriam admitido doping e testemunhado contra seu antigo companheiro, segundo divulgou um artigo do jornal holandês De Telegraaf.
Armstrong reagiu à notícia pelo Twitter, mostrando seu descontentamento frente ao que ele considera uma “vingança” pessoal.
“Disseram à Usada (Agência antidoping americana) exatamente o que ela queria escutar em troca de imunidade, anonimato e a possibilidade de continuar participando da maior competição de ciclismo do mundo (o Tour de France)”, afirmou.
“Aqui não há vontade de a Usada limpar o ciclismo, mas um assédio dirigido que cheira a vingança”.
Os ciclistas seriam suspensos por seis meses a partir do fim de setembro, após o Tour de France e a Volta da Espanha.
“Estou triste de que volte a sair o mesmo tema. Sempre tentei fazer o melhor para o esporte. Agora estou aqui para fazer meu trabalho e vou me concentrar nele”, assegurou George Hincapie, um dos ciclistas envolvidos no caso.
“Faz um tempo que não falo com ele [Armstrong]. Estou triste que tenha que passar por isso. Fez muitas coisas pelo esporte e seus resultados são incríveis”, completou.
“Não se notificou nenhuma suspensão de seis meses a nenhum membro da Slipstream Sports (Garmim). Nem hoje (quinta-feira) nem antes”, reagiu imediatamente no Twitter o diretor esportivo da Garmim, Jonathan Vaighters, que também foi citado no artigo.
Pouco depois da agitação causada pelas informações reveladas, a ministra dos esportes francesa Valérie Fourneyron pediu serenidade em relação às informações da imprensa sobre a suposta suspensão para os quatro ciclistas norte-americanos por doping e aos testemunhos contra Armstrong.
“Tentemos analisar o que supõe essa investigação, quais são suas consequências e a decisão que tomará a agência norte-americana. Cada vez que aparecen rumores, o mundo do ciclismo sofre”, disse Fourneyron..
A Agência antidoping americana deu luz verde na semana passada a um comitê de especialistas para acusar de maneira oficial Lance Armstrong e outros cinco colaboradores, entre eles o diretor esportivo belga Johan Bruyneel, atualmente na equipe RadioShack, e o ex-técnico italiano Michele Ferrari.
Armstrong deveria depor a uma comissão de arbitragem, geralmente formada por três membros, no dia 22 de novembro, segundo a Agência antidoping americana.
O veredicto poderia ser recorrido no Tribunal Arbitral do Esporte (TAS, em francês), em Lausanne (Suíça).
O ciclista texano, de 40 anos, é acusado pela justiça desportiva de ter recorrido ao EPO, a transfusões de sangue, à testosterona, à cortisona e ao hormônio do crescimento e de ter introduzido outros atletas ao doping.
Apesar das numerosas acusações que prejudicaram sua carreira, emitidas publicamente por seus ex-companheiros de equipe Floyd Landis e Tyler Hamilton, nunca se conseguiu provar que Armstrong tenha se dopado.
Diante da confissão de Landis, vencedor do Tour de France em 2006, a justiça federal norte-americana abriu uma investigação em 2010 sob a batuta do agente Jeff Novitzky, que revelou o caso de doping da velocista Marion Jones. Contudo, a investigação foi abandonada em fevereiro.
Por causa dessas acusações, Armstrong não pode participar de provas de triathlon, seu novo esporte.

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