Grandes formadores de atletas olímpicos nas décadas de 1970 e 1980, os clubes cariocas voltaram a direcionar esforços para formar uma nova geração para competir nos Jogos do Rio-2016.
Em março, o Fluminense lançará um projeto que tem como meta levar dez atletas para Londres-2012, além de 25 para os Jogos do Rio.
O clube anunciou a contratação de Natália Falavigna, medalhista olímpica e campeã mundial de taekwondo, que deve desempenhar função similar no clube à do judoca Flávio Canto.
"Queremos atletas que possam ajudar na gestão e formação. A Natália já tem um projeto próprio, assim como o Flávio. Queremos que o esporte dela seja forte no clube", diz Sandro Lima, vice- -presidente de esportes olímpicos do Fluminense.
Além do judô e do taekwondo, o clube aposta no tiro esportivo, nos saltos ornamentais e na natação e ainda projeta investimentos em basquete e vôlei de praia.
O Flamengo, que já vinha fortalecendo o esporte olímpico desde a chegada da ex- -nadadora Patrícia Amorim à presidência do clube, no ano passado, também projeta aumento de investimentos.
Em 2010, o clube investiu cerca de R$ 10 milhões. Neste ano, projeta-se um aporte total de R$ 16 milhões, que devem ser obtidos graças a cinco projetos aprovados na Lei de Incentivo ao Esporte, que totalizam R$ 9 milhões.
O Botafogo também conseguiu aprovar dois projetos, um para o remo e outro para esportes aquáticos, totalizando R$ 3,2 milhões. O clube tenta criar uma equipe de atletismo junto à Vale, que usa o Engenhão na formação de 2.000 atletas para 2016.
O Vasco, cujo estádio de São Januário será sede do rúgbi em 2016, pretende se focar na formação de esportistas para a modalidade. O clube criará quatro escolinhas e quer estimular a criação de um torneio de rúgbi.
Vasco paga até hoje conta de Sydney-2000
O Vasco tenta até hoje pagar dívidas remanescentes do investimento maciço no esporte olímpico feito há uma década.
Em 2000, o clube carioca enviou 84 atletas aos Jogos Olímpicos de Sydney.
"A dívida trabalhista do Vasco chega a R$ 180 milhões, sendo que grande parte vem dessa época", disse José Pinto Monteiro, vice de esportes olímpicos.
O trauma deixado por essa dívida faz com que o clube aposte atualmente na formação de atletas, e não mais em estrelas
Projetos voltam a apostar em "turistas"
Sem estrutura adequada para a prática de alguns esportes, clubes cariocas voltam a investir em estrelas que divulgam o nome da agremiação, mas não costumam treinar em sua sede. Era essa a prática adotada pelo Vasco no fim dos anos 90.
O clube contratou mais de uma centena de atletas, mas muitos não tinham identidade com a agremiação.
Atualmente, o Flamengo vive situação similar com suas estrelas da natação. O campeão mundial e olímpico Cesar Cielo, por exemplo, ainda não definiu se treinará no Rio ou nos EUA neste ano.
Mas, ao longo de 2010, Cielo treinou basicamente em São Paulo e no exterior. Nicholas Santos e Henrique Barbosa também preferiram piscinas estrangeiras.
A piscina na Gávea não segue especificações internacionais. "Já temos um plano para reformar a piscina neste ano", declarou Marcos Guimarães, diretor de esportes olímpicos do clube.
No Fluminense, a recém-contratada Natália Falavigna, do taekwondo, também não deve utilizar tanto as dependências da Gávea.
"Ela vai continuar treinando no Parque Aquático Maria Lenk. Mas queremos definir um calendário para que ela possa vir ao clube pelo menos uma vez por semana", diz Sandro Lima, vice de esportes olímpicos.
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