domingo, 24 de abril de 2011

Por Helena Rebello Rio de Janeir

Inspiração das novatas, Fabíola Molina quer ser mãe após Londres

Nadadora do Minas tem Dara Torres como exemplo de que é possível manter-se em alto nível no esporte mesmo após ter filhos

natação Fabiola Molina (Foto: Helena Rebello / Globoesporte.com) 
Fabíola Molina espera engravidar depois dos Jogos
de 2012 (Foto: Helena Rebello / Globoesporte.com)
Com a experiência de quem já esteve em 11 campeonatos mundiais, Fabíola Molina é fonte de inspiração para os jovens nadadores. Soberana na tomada de tempo dos 100m costas, nesta quinta-feira, na “Tentativa para o Mundial de Natação”, a esportista prova que é possível competir em alto nível mesmo aos 35 anos. Mas quando se trata do sonho de ser mãe, é a vez de Fabíola se espelhar em alguém mais velho. Com o desejo de ter um filho, mas pensando nas Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016, a atleta vê na americana Dara Torres o exemplo de que é possível ir ainda mais longe na carreira.

Dara Torres tem doze medalhas olímpicas no currículo, quatro delas de ouro. Após os Jogos de Sidney, a americana decidiu se aposentar e engravidar. Seis anos depois, optou por voltar às piscinas. Em Pequim, em 2008, tornou-se a primeira nadadora com mais de 40 anos a disputar uma Olimpíada, e levou dois bronzes e uma prata para casa.

Para Fabíola, a história de vida de Dara mostra que é possível superar as limitações físicas após uma gestação e conciliar trabalho e família com sucesso.

- Quero muito ser mãe. Já fizemos tanto sacrifício pelo esporte que fico pensando se vale a pena sacrificar novamente. O certo é que quero ser mãe depois de Londres. Como os próximos Jogos serão no Rio ainda penso em continuar. Posso parar e depois voltar. A Dara Torres provou que é possível fisicamente, mas depende também de quanto tempo vou demorar para engravidar. Podia ter gêmeos, trigêmeos logo, aí já resolvia tudo de uma vez – brincou.

Enquanto 2016 ainda é uma realidade distante, Fabíola já vive 2012 na cabeça. Mesmo faltando mais de um ano para a disputa na capital inglesa e três meses para o Mundial da China, a nadadora revela que já entrou no clima da competição.

- Estamos no ciclo olímpico, e o caminho está sendo construído. Ainda estamos esperando os índices oficiais, mas no meu armário já tenho uma placa dos Jogos, já estou estudando as adversárias...

natação Fabiola Molina  (Foto: Helena Rebello / Globoesporte.com)Fabíola Molina tem índice para disputar os 100m costas em Xangai.
Veterana entre os brasileiros que têm índice para Xangai, Fabíola tem 11 anos a mais do que a segunda atleta mais velha em sua bateria nos 100m costas nesta quinta-feira, no Parque Aquático Júlio Delamare. A nadadora aprecia ser tratada como referência de longevidade no esporte e conta que gosta de dividir suas vivências com os mais novos.

- Se eu pensar que tinha uns 20 anos quando elas estavam nascendo... Fico feliz de dar o exemplo de que sempre existe uma forma de continuar nadando bem. Às vezes as atletas ficam nervosas antes de revezamentos e outras provas. Eu gosto de falar, de dar dicas. As que disputam a mesma bateria não costumar tietar, mas quando há mistura júnior e sênior na mesma competição, acontece. Acredito que os técnicos falam para me observarem, mas ao mesmo tempo tomam cuidado para não dizer que tem alguém melhor que elas. Acho que fazem um discurso do tipo “você vai chegar lá”.

Além do Mundial de Natação, que acontece de 24 a 31 de julho, Fabíola tenta ainda disputar os Jogos Mundiais Militares, no Rio de Janeiro. A participação neste, entretanto, será decidida apenas após a realização do Troféu Maria Lenk, de 2 a 8 de maio. A esportista manifestou vontade de estar presente em todas as competições, mas a logística de viagens ainda será analisada.

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