ROLNAN ESPORTES

TROFÉU ALEXANDRE PUSSIELDI

INCIDENTE COM JOVEM NADADOR ABRE DEBATE SOBRE SEGURANÇA DOS ATLETAS NAS COMPETIÇÕES

Rafael Fragoso, de 11 anos, se sentiu mal durante a prova de 100 metros borboleta; no evento, não havia ambulância, nem médicos

Rafael Fragoso

SERGIPE, 13/04/2011 12:48Durante o Festival Nordestino de Natação, em Aracaju (SE), no último final de semana, um incidente com o atleta pernambucano Rafael Fragoso (foto 1), de 11 anos, chamou atenção. Ele passou mal, pediu socorro, mas foram mais de dez segundos até receber ajuda. O ocorrido abriu o debate sobre a segurança dos competidores nos eventos esportivos.

Em um vídeo cedido pela mãe do atleta, é possível ver o momento em que Rafael se sente mal e começa a pedir socorro durante a prova de 100 metros borboleta. Foram mais de dez segundos de agonia. Hoje, Rafael olha para a piscina e se lembra dos momentos difíceis na última prova que participou.
“Eu senti que minha vista escureceu e eu não estava sentindo mais minhas pernas. Aí primeira coisa que fiz foi segurar minha raia e levantar a mão para verem que eu pedia ajuda. Demorou muito para alguém chegar”, diz.
Rafael começou a passar mal antes da metade da prova e o professor de educação física Eurico (foto 2) da Fonte, que assistia, percebeu e tomou uma atitude: foi lá e retirou o menino da água. “A gente correu, eu pulei a arquibancada e fiquei esperando trazer a borda da piscina”, conta Eurico.
Eles então aguardaram pelo atendimento médico. Não havia ambulância no local e nem um médico apareceu. A mãe do atleta levou o filho para um hospital particular. “É um susto, é uma sensação indescritível. Realmente foi uma surpresa, porque é um evento grande, uma quantidade grande atletas e não ter um suporte, pelo menos socorristas, macas, oxigênio, nada”, lamenta Patrícia da Costa (foto 3).
A partir de agora, a preocupação com a segurança do Rafael será ainda maior. “Eu agora, por conta própria, espero que a equipe também, em todas as viagens, nós não vamos ficar na dependência. Ou sugerir ao organizador do evento que dê um suporte. Não é um caso isolado, já aconteceu em outras competições, com outros atletas. Será preciso acontecer algo mais grave para tomar uma providência?”, diz Patrícia.
Rafael diz que está pronto para outra, mas de agora em diante, quer ter certeza de que se precisar de médico vai ter um por perto. “Vou me informar. Para ter mais segurança. Só pra mim não, mas para todo mundo que está competindo”, conta o nadador.

Nota do Blog Rolnan natação ->

Fiz de tudo para não postar nada sobre os incidentes com nossos atletas em Aracajú/SE, mais em todos os blogs estão estampados a lamentável historia e os rostos de nossos campeões. Sem querer polemizar ainda mais, retifico que algo precisa ser feito.

Posso dar inclusive o exemplo da CBTri (Confederação Brasileiro de Triathlon), para se fazer um evento, tem que ter ambulâncias e vários outros requisitos que não passam em branco, no caso de Campeonato Brasileiro, a estrutura é tão grandiosa, que fica até difícil de acreditar em relato, vai de ambulâncias, médicos, ortopedistas de plantão, fisioterapeutas e até helicóptero, sem falar que cada atleta tem no ato de sua inscrição um seguro por toda prova.