Televisão australiana acusa Lance Armstrong de comprar resultados para ganhar bônus milionário
- Enquanto aguarda decisão da UCI sobre doping, Armstrong encara mais uma polêmica
O programa "Four Corners", da "ABC", divulgará com exclusividade a declaração jurada do ciclista neozelandês Stephen Swart, ex-integrante da equipe Coors, feita em janeiro de 2006 durante um processo legal apresentado por Armstrong contra a companhia seguradora SCA Promotions.
Neste processo legal o ciclista americano, que nega as acusações de compra, reivindicava da empresa, com sede em Dallas (EUA), o pagamento de um bônus de US$ 5 milhões por ter obtido sua sexta vitória na classificação geral do Tour de France.
De acordo com a declaração do ciclista neozelandês, pouco antes de terminar o circuito americano, um membro da equipe de Armstrong, então na Motorola, e outro da Coors, se reuniram no quarto de Swart para pedir que as equipes deixassem de ser "agressivas" com a então jovem estrela do ciclismo.
Ao ser interrogado se tinha sido oferecido dinheiro para permitir que Armstrong ganhasse nessa série, cuja vitória supunha um bônus de US$ 1 milhão, Swart respondeu: "É correto". Swart também comentou que os US$ 50 mil foram pagos em dinheiro semanas depois e distribuídos entre os membros da equipe.
"Aceitamos a oferta porque consideramos que se tratava de um bom negócio para nossa equipe... E certamente o acordo devia ser confidencial", segundo outro documento de Swart datado de 2004 e divulgado pela "ABC".
Estas três corridas compradas corresponderiam às etapas da Pensilvânia, Virgínia Ocidental e Filadélfia que fazem parte do circuito americano. Swart dividiu durante essa corrida quarto com o corredor australiano Phil Anderson, um dos mentores do corredor americano na equipe Motorola.
No entanto, Anderson assegurou ao programa "Four Corners" que não lembra de ter se reunido para pagar a equipe Coors, "mas isso não significa que tenha acontecido". O corredor australiano também assinalou que lhe parece difícil que uma reunião desse tipo acontecesse na segunda de três etapas da corrida.
A companhia SCA Promotions, que pagou a Armstrong os bônus por seu sexto Tour, assinalou que analisa a possibilidade de recuperar até US$ 10 milhões se a União Ciclista Internacional (UCI) ratificar a decisão da agência americana antidoping (Usada) de retirar todos os títulos conseguidos de Armstrong desde 1º de agosto de 1998, entre eles os sete do Tour de France.
O neozelandês Swart se uniu à equipe na qual Armstrong corria, a Motorola, em 1994, e aparentemente foi abordado o tema de dopar-se, acrescentou a "ABC".
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