O Brasil é mesmo o País do futebol. Pelo menos no que se refere ao dinheiro de patrocínio que chega ao esporte. Um levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Marketing Esportivo concluiu que quase dois terços dos investimentos no esporte no País vão para apenas um esporte: o futebol. Os últimos dados completos apontam que, em 2008, R$ 328 milhões foram colocados por empresas no esporte na forma de patrocínios. A estimativa é de que o valor vá dobrar até a Olimpíada de 2016. Mas, pelo menos por enquanto, a supremacia do futebol é total.
O esporte mais popular do Brasil recebeu R$ 205,3 milhões em patrocínio em 2008, média que teria sido mantida nos anos seguintes. Os clubes foram os que mais receberam, cerca de R$ 82,6 milhões. A seleção brasileira vem em segundo lugar, com um pacote de R$ 81 milhões.
O uso de estádios para a publicidade vem na terceira colocação, com patrocínios de R$ 38 milhões, enquanto atletas, individualmente, receberam pacotes de R$ 1,9 milhão.
O segundo esporte que mais recebeu investimentos foi o vôlei. Mas bem distante do futebol, apesar das inúmeras conquistas dos últimos dez anos em várias modalidades, até mesmo no volei de praia. O volume de dinheiro colocado no vôlei chegou a R$ 49 milhões, apenas 15% de tudo o que as empresas investiram no esporte brasileiro.
O basquete aparece na terceira colocação, mas recebe "migalhas" e fica bem abaixo dos dois primeiros. No total, R$ 16 milhões foram destinados ao esporte por patrocinadores. O valor representa só 5% do total e é inferior até ao que estádios de futebol recebem em patrocínios.
O quarto lugar é ocupado pelo futsal, com 2% dos patrocínios. A onda criada por Gustavo Kuerten deu novo ímpeto ao tênis nacional. Mas a modalidade que hoje não conta com grandes ídolos no País arrecadou apenas 2% dos patrocínios.
Esportes como motociclismo, stock car e outras corridas ficaram com 1% da fatia, apesar da popularidade da Fórmula 1.
Mas o que mais surpreendeu os autores do levantamento foi o fato de que todos os demais esportes no país dividem um bolo que representra 12% dos patrocínios no País. Isso tudo para as várias modalidades de atletismo, natação, ginástica, boxe, vela, judô, esgrima e outras modalidades olímpicas.
Preocupação. Durante o processo de seleção do Rio para ser sede dos Jogos Olímpicos de 2016, uma das preocupações do Comitê Olímpico Internacional (COI) era justamente a concentração de recursos para o futebol e o perigo de uma fatiga de patrocinadores para as outras modalidades esportivas.
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