Médico estranha decisão da Fina e diz esperar resposta de Cielo na piscina
Eduardo de Rose comemora decisão do TAS, diz que não abrirá precedente, e que só entende velocidade do julgamento como tentativa de tirá-lo do Mundial
Cielo treinou nesta quinta em Xangai.
A decisão do Tribunal Arbitral do Esporte (TAS) de acatar o que foi sugerido por ele e mais três médicos do painel da CBDA, não surpreendeu Eduardo de Rose. A opção da Federação Internacional de Natação (Fina) de pedir por uma punição de três meses e levar o julgamento de Cielo e seus companheiros à última instância, sim. Embora evite falar na possibilidade de pressão feita pelas federações de países que possuem atletas nas mesmas provas do recordista mundial, ele estranha que o caso tenha sido submetido tão rapidamente ao TAS.- Essa precipitação de julgar dois dias antes de um Mundial eu nunca vi no esporte. A Fina pode recorrer, não há nada de errado nisso, mas há outros graus de recursos. E na própria entidade há um tribunal de doping e essa instância foi pulada. Nunca vi uma situação assim. Eu acho estranho. A satisfação dessa decisão é mostrar que no Brasil nós não decidimos em função do nome do atleta. Espero que Cesar dê a resposta dentro da piscina após essa confusão e dessa tentativa de o tirarem do Mundial, do Pan e das Olimpíadas. Só se pode entender assim a velocidade do julgamento - disse De Rose, membro da Wada (Agência Mundial Antidoping).
O médico torce por uma boa performance de Cielo, mas teme que o desgaste emocional, ainda mais agravado após a Fina ter sugerido uma punição maior, além da falta de condições ideais no fim da preparação, possam prejudicá-lo.
- Esses atletas foram prejudicados embora a sentença tenha sido favorável. Cesar não teve tempo de treinar por estar sob forte pressão, além de ter feito uma viagem longa. Eu, como médico de esporte, tenho receio porque ele não teve a preparação ideal na reta final.
Para ele, a decisão do TAS não abrirá um precedente perigoso.
- Você não deve pensar na substância usada, mas na negligência que não houve e nem culpa. O TAS mostrou que a decisão da CBDA foi correta. Cada caso é um caso e deve ser julgado assim. Não existe um semelhante ao outro. Seria injusto com os quatro uma punição maior porque tomaram todos os cuidados e houve um erro que não foi deles.
Nenhum comentário:
Postar um comentário