sábado, 11 de dezembro de 2010

NOSSO ORGULHO!

MASTER
EXPERIÊNCIA, TÍTULOS E HISTÓRIA
Veterana Adriana Salazar ficou surpresa com a indicação ao prêmio e acha que vale mais como reconhecimento pela nadadora que foi.

MEU VOTO É DE ADRIANA (Rolnan)!


Adriana Pereira exibe sua medalha

O cachorro da raça yorkshire se chama Phelps (uma referência ao grande nome da natação mundial). A dona do animal não poderia ser outra pessoa se não alguém apaixonado pela modalidade, neste caso, a nadadora Adriana Salazar. Com 46 anos de idade, ela carrega muita experiência, títulos e história. Durante vários anos foi integrante da seleção brasileira e, entre 1989 e 2000, foi detentora do recorde brasileiro e sul-americano nos 50m livre, com 26s24. Passou cerca de dezoito anos longe da piscina por opção, voltando a competir em 2007, desta vez na categoria master, onde conquistou mais medalhas, mostrando que ainda está na ativa.
Adriana é uma das indicadas ao Prêmio Atitude Campeã, que vai escolher o melhor atleta olímpico e paraolímpico de Pernambuco em 2010. A indicação parece ter sido fruto, além de suas recentes conquistas, de sua experiência e histórico de sucesso. Segundo ela, é uma forma de reconhecimento por tanto tempo de dedicação ao esporte. ´Foi uma surpresa muito grande saber que fui indicada. Sei que tenho uma história e que estava conseguindo bons resultados na categoria master, mas não esperava de forma alguma ficar entre os melhores do ano. Irei estar concorrendo ao lado de atletas de alto rendimento, quando, na verdade, sou da categoria master. Fiquei muito feliz. A indicação, por si só, já é um prêmio`, afirmou a nadadora, que treina numa academia da Zona Sul do Recife.
Para dar conta dos treinos e da agenda de competições, Adriana se desdobra em várias. Mãe de dois filhos, ela trabalha como coordenadora de um colégio e também como auxiliar pedagógica de uma faculdade. Treina de manhã bem cedinho, antes das seis horas para dar conta de todos os horários. ´Com 25 anos de idade parei de nadar. Estava na minha melhor fase, mas queria tocar a minha vida. Nessa época, não tinha patrocínio apenas um pequeno apoio e precisava arrumar um emprego. Então, deixei a natação para terminar o meu curso superior, constituir minha família. Voltei a nadar apenas em2007, por uma questão de qualidade de vida. No início não queria participar de competições maiores, como o Brasileiro, porque não queria que voltassem as cobranças. Mas, um amigo me disse que para eu relaxar que a minha história a eu já tinha feito e o que viesse depois seria lucro. Então decidi voltar a competir`, afirmou. Nessa sua volta, Adriana mostrou que a experiência pode falar mais alto. Ela, entre tantos títulos recentes, conquistou a prata nos Jogos Olímpicos Master, em Sidney, no ano passado, e conseguiu várias medalhas douradas nos últimos Brasileiros. ´Esta fase da natação master está sendo maravilhosa para mim. Tenho mais qualidade de vida`.
Braçadas desde os 4 anos de vida
Adriana começou a fazer natação aos quatro anos de idade. Na época, o seu pai era diretor da natação do Clube Internacional do Recife. Quatro anos depois, em sua escola, os alunos eram obrigados a também fazer o esporte. ´Como já sabia nadar, fui direto para a equipe principal do colégio, que depois de algum tempo se filiou à Federação Aquática Pernambucana e aí começamos a disputar várias competições`. Aos 11 anos, Adriana venceu a prova dos 100m borboleta no Estadual e foi competir no Norte/Nordeste. A partir daí, passou a se dedicar totalmente ao esporte. Ela conta que o seu pai foi um incentivo. ´Perdi meu pai muito cedo, quando eu tinha 14 anos. Ele sempre gostou de esportes. Fez basquete e atletismo. Umas das coisas que me fez seguir foi saber que ele gostava da área e que eu nadando estaria deixando ele orgulhoso`, comentou.
Nesse tempo, ela ingressou no Náutico - clube que defendeu até os 25 anos. ´Nesse meu percurso no Náutico, participei de várias importantes competições, entre elas, Brasileiros,Sul-americanos, Pan-americanos e os Jogos Olímpicos de Seul-1988, onde fiquei na 17ª posição, nos 50m livre, sendo essa a melhor colocação da equipe feminina`, comentou.
Depois da Olimpíada e do Troféu Brasil, ela quebrou o recorde brasileiro e sul-americano nos 50m livre. Durante 11 anos, esse recorde foi dela, sendo quebrado em 2000 por Flávia Delaroli. Aos 25 anos, Adriana desistiu da natação. ´Fazia 21 anos que estava nadando. Não tinha patrocínio. Estava me formando em fonoaudiologia e precisava de um emprego`, comentou a atleta. ´Nem fiquei com horror da natação nem me arrependi. Saí porque a vida mudou, tomou outro rumo. Mas, acho que tudo aconteceu no momento certo`. Adriana, por enquanto, está longe das piscinas. Mas, só por estes próximos meses. Ela se recupera de uma cirurgia, mas promete cair na água no início do ano que vem. ´Acredito que no fim de janeiro vou estar de volta`.
Estado sempre foi celeiro
Algo que Adriana Salazar conquistou ao longo desses 46 anos de vida foi experiência. Qualidade que muitas atletas gostariam de ter a fim de melhorar suas marcas. Adriana possui tal caraterística e busca passar para aqueles que estão dando as suas primeiras braçadas. Durante 1996 e 1997, foi auxiliar técnica de Nikita. Ficava na borda da piscina dando dicas e aquela força aos nadadores. Este ano, ela foi convidada pelo treinador de Etiente Medeiros, Arilson Champam, para dar uma palestra no Clube Português para os alunos do professor. Repassou aos jovens atletas a sua trajetória.
Nessa sua extensa jornada, Adriana viu nascer novos nomes da natação do estado, como Joanna Maranhão, Etiene Medeiros, Thatiana Quirino e, mais recentemente, Paula Bandeira. ´Nosso estado nunca deixou de ter um exponente na natação. Acredito que se tivéssemos mais apoio, muitos dos nosso atletas não sairiam do estado`.

Nenhum comentário:

Postar um comentário