Do Blog do José Cruz
Cielo, o “resultado analítico” e a farsa olímpica
Dependendo do atleta, doping tem uma nomenclatura.Maurren Maggi, que se recuperou e ganhou ouro olímpico, foi flagrada no “doping”.
César Cielo, que já é ouro olímpico, testou positivo para a droga Furosemida, mas o assunto é tratado como “resultado analítico adverso para substância”.
Ninguém fala em “doping”. Quanta hipocrisia…
Rebeca Gusmão foi doping. Testado e comprovado.
Daiane dos Santos foi doping.
O time de velocistas que acabou com a Equipe Rede de Atletismo foi doping. Tudo confirmado, todos punidos.
César Cielo, Nicholas Santos, Henrique Barbosa e Vinícius Waked, com potencial para pódio em Londres 2012, foram só ADVERTIDOS, “porque não foi identificada culpa ou negligência por parte dos mesmos”.
Ok, a culpa foi do aparelho do laboratório. Só pode ser!
Assim como na política…
Enfim, é muito abuso da legislação antidoping e dos senhores dos anéis olímpicos para testarem os limites de nossa inteligência.
Mais ou menos como acontece na política, em que as leis, feitas por deputados e senadores, preservam as excelências de culpabilidade, garantem foro privilegiado, manobras para adiar processos, enfim. O caso do Mensalão é exemplar.
Assim no esporte: atletas consagrados e com potencial para o próximo pódio também são poupados. A lei garante. Porque não foi identificada culpa ou negligência…
E diante dessas evidências que nos assustam, quem garante que a droga foi essa mesma? Que não houve má fé no consumo seja lá o que for?
E quem nos garante, também, que esses senhores, daqui e do Canadá, estão falando a verdade ou iludindo a opinião pública?
Afinal, é preciso preservar, também, os negócios milionários da marca “Cielo”.
Em resumo:
Decisões como estas, que afrontam a nossa capacidade de raciocínio, contribuem para aumentar a desmoralização da já suspeita competição olímpica.
A farsa está aí, escancarada.
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