quarta-feira, 20 de julho de 2011

MOMENTOS DE TENSÃO!


Julgamento de Cesar Cielo pelo TAS tem início na China

Previsão é que a audiência tenha cerca de cinco horas de duração. Nadadores chegaram confiantes

Teve início às 3h (horário de Brasília) desta quarta-feira o julgamento de Cesar Cielo, Nicholas Santos, Henrique Barbosa e Vinícius Waked, flagrados no exame antidoping. A audiência, realizada em caráter de urgência a pedido da Federação Internacional de Natação (Fina), está sendo realizada em uma universidade em Shenshan, cidade próxima a Xangai (China), e distante da agitação que envolve o Mundial de Esportes Aquáticos. Além dos quatro nadadores, estão presentes três árbitros do Tribunal Arbitral do Esporte (TAS), o advogado Howard Jacobs (que defende os atletas), Coaracy Nunes (presidente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos), Sandra Soldan (ex-nadadora e médica da CBDA), Ricardo de Moura (superintendente técnico de natação da CBDA) e Alberto Silva (treinador de Cielo, Nicholas e Vinícius).
Cesar Cielo chegando para o julgamento (Foto: Lydia Gismondi / Globoesporte) 
Cielo chega confiante ao julgamento em Shenshan.
Trajando terno, Cielo, Nicholas, Henrique e Vinícius chegaram confiantes e sorridentes para o julgamento, que tem duração prevista de aproximadamente cinco horas. A decisão do TAS poderá sair ainda nesta quarta. O prazo estipulado pelo próprio tribunal para divulgar o resultado, no entanto, é até sexta.
Coaracy Nunes, julgamento de Cielo (Foto: Lydia Gismondi / Globoesporte) 
O presidente da CBDA, Coaracy Nunes, dá seu apoio
aos nadadores.
Em sua defesa, Cielo conta com um experiente advogado, o americano Howard Jacobs, que já trabalhou para mais de 70 atletas flagrados em doping. Este ano, ele conseguiu provar que um laboratório da Turquia tinha errado o teste de Diana Taurasi, bicampeã olímpica de basquete pelos Estados Unidos, e garantiu à jogadora uma pena menor do que a esperada. Em 2009, ele também foi o responsável pela estratégia que reduziu pela metade a suspensão da nadadora americana Jessica Hardy, que testou positivo para um esteroide anabolizante e nunca assumiu o uso.
Na semana passada, Jacobs disse em entrevista ao SporTV que o caso do brasileiro é mais simples do que muitos em que já atuou. O americano afirmou possuir documentos que comprovam a boa fé do campeão olímpico e mundial, que, segundo ele, se enquadra em um caso diferente de todos os que já viu.

Segundo o TAS, o resultado do julgamento sairá até o próximo dia 22. A expectativa do brasileiro é que ele receba no máximo uma suspensão de dois meses. Neste caso, ainda poderia disputar o Mundial de Xangai, que começa no dia 24 deste mês. Se for suspenso por mais de cinco meses, ele também não poderá participar dos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, em outubro. Mas a pior das hipóteses é se o campeão olímpico e mundial pegar mais de seis meses de punição. Neste caso, pela Regra de Osaka, ele estaria automaticamente fora dos próximos Jogos Olímpicos, em Londres-2012.
Entenda o caso
No dia 8 de julho, o TAS recebeu da Federação Internacional de Natação (Fina) um pedido formal de julgamento do caso de doping dos quatro brasileiros com urgência. A entidade sugeriu a troca da advertência dada pela Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) por uma suspensão, a contar a partir de maio, quando os nadadores atestaram adverso para a substância furosemida.

Cesar Cielo chegando para o julgamento (Foto: Lydia Gismondi / Globoesporte) 
Além dos atletas e a defesa, membros da CBDA
foram ao tribunal.
Os nadadores foram flagrados em exames realizados nos dias 7 e 8 de maio. No início do mês, a CBDA decidiu apenas aplicar advertência e anular os resultados deles no Maria Lenk. O painel de controle de doping da entidade levou em conta o "histórico dos atletas". Eles teriam explicado como o diurético entrou no organismo e que não houve aumento de desempenho.

A CBDA informou que uma farmácia de manipulação de Santa Bárbara D'Oeste - cidade de Cielo - enviou um relatório avisando sobre uma suposta contaminação das cápsulas por falta de limpeza no balcão onde as pílulas são produzidas. O estabelecimento, no entanto, negou ter assumido o erro pelo doping do nadador, mas admitiu a possibilidade de ter acontecido contaminação pelo ar.

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