terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Irlandês de ferro !!!!!!!!!!

Da Antártica à Austrália, passando por SP: maratonista tenta novo recorde

Irlandês de ferro, Richard Donovan pretende correr sete maratonas em sete continentes, em menos de 120 horas, com direito a escala no Brasil

  SP
O irlandês Richard Donovan é o típico sujeito boa praça, sorridente, daqueles que parecem não se importar com nada. Nem mesmo com o cansaço de correr sete maratonas, em sete continentes diferentes e em cinco dias. Nada mexe com a cabeça deste ultramaratonista de 45 anos. Um “homem de recordes”, como ele mesmo se define, Donovan mal tem dormido para quebrar mais um, que pertence a ele próprio: em 2009, já fez o desafio dos continentes em 130 horas e oito minutos. Agora, a meta é baixar a marca para 120 horas (exatos cinco dias).
Da Antártica a Sydney, na Austrália (Oceania), Donovan passa por Cidade do Cabo (África), São Paulo, Orlando (América do Norte), Londres (Europa) e Hong Kong (Ásia), contemplando todos os continentes em menos de cinco dias. Nesta quinta-feira, o corredor desembarcou na capital paulista às 16h30m (de Brasília), chegou à Base Aérea de São Paulo por volta das 17h15m, correu os pouco mais de 42 quilômetros e mal teve tempo para descansar. Antes da meia noite, Richard Donovan já estava no Aeroporto de Cumbica para uma nova etapa de sua busca.
– Uma busca infinita por prazer, que só consigo correndo – definiu o irlandês.
Para Donovan, a maratona é de longe a parte mais fácil do desafio. Difícil mesmo é encarar voos cansativos, em classe econômica, com passagens pagas pelo próprio ultramaratonista. As refeições diárias têm sido a base de “comida de avião”, ou seja, pratos pré-aquecidos das companhias aéreas e alguns lanches.
– Até que são saborosos, já comi coisa muito pior – brincou.
Richard Donovan, maratonista (Foto: Diego Ribeiro/Globoesporte.com) 
Richard Donovan tenta superar próprio recorde.
Em São Paulo, com o apoio da Base Aérea e de dois técnicos de atletismo, Richard Donovan encontrou condições mais favoráveis. Frutas e isotônicos estiveram à disposição do corredor durante todo o percurso, composto por pouco mais de 21 voltas em um minicircuito de dois quilômetros dentro da Base, ao lado do Aeroporto de Cumbica – fato que facilitou demais a vida do desafiante.
Enquanto o irlandês corria, as atividades da Base Aérea transcorriam normalmente, inclusive a cerimônia diária de arriamento da bandeira do Brasil, pontualmente às 18h. Mas até os militares que participavam do momento pararam para ver Donovan em ação. Ao fundo, a réplica de um avião da Força Aérea e o movimento frenético de Cumbica compunham a paisagem.
– O maior problema não é físico, mas sim o de tempo. Passo mais da metade do tempo voando em classe econômica, e se algum voo atrasar, acabo com meu objetivo. As mudanças climáticas também fazem a gente sofrer muito, mas já estou muito acostumado. Para esse desafio, só escolhi cidades em que eu já tinha uma base, saberia que a ajuda seria enorme. É o que encontrei no Brasil, ainda mais com esse ambiente espetacular – comemorou o ultramaratonista.
A logística é muito mais trabalhosa do que a corrida. Por isso, Donovan tenta atravessar o mundo com apenas uma bagagem de mão, com os pertences mais importantes. Acostumado a desafios do tipo, o irlandês não recebeu qualquer tratamento médico especial para tentar bater o próprio recorde. Muito pelo contrário.
– Não vejo um médico há anos (risos), tenho saúde de ferro. É brincadeira, claro que me cuido, mas não houve nada de especial. Isso daqui para mim é fácil, o problema é todo o resto – divertiu-se Richard Donovan.
E o ultramaratonista acredita mesmo que tudo é fácil, tanto que recomenda a atividade para qualquer corredor comum:
– Qualquer um pode fazer esse desafio, não é muito difícil. Estou voando em classe econômica, confiando em minha saúde. Se você puder pagar as passagens e tiver uma boa saúde, por que não tentar?
Richard Donovan, maratonista (Foto: Diego Ribeiro/Globoesporte.com)Richard Donovan corre na base aérea de São Paulo.

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