sexta-feira, 8 de junho de 2012


COI elogia, faz ressalvas e avisa: 67 dias para o Rio ser centro do mundo

Comissão de Coordenação diz que cidade faz excelente trabalho, mas se preocupa com prazos apertados, com Parque Olímpico, Deodoro e porto

Carlos Nuzman e Nawal El Moutawakel durante visita do COI ao Rio de Janeiro (Foto: Washington Alves / Rio 2016)
Nawal El Moutawakel cumprimenta Carlos Arthur
Nuzman.
Daqui a 67 dias, todos os olhares estarão voltados para o Rio de Janeiro. Em 12 de agosto, no encerramento dos Jogos de Londres, o prefeito Eduardo Paes receberá a bandeira olímpica. É quando o relógio para 2016 começará a correr mais rápido. Preocupada com alguns prazos - especialmente com o Parque Olímpico e com a complementação do Centro de Deodoro -, mas confiante no trabalho do Comitê Rio-2016, a Comissão de Coordenação do Comitê Olímpico Internacional (COI) fez um alerta em sua terceira visita oficial à cidade.
Outra preocupação foi em relação ao porto. Cerca de 12 mil pessoas vão ficar hospedadas em navios de cruzeiro durante as Olimpíadas.
- Há um grande volume de obras que precisam ser feitas e algumas que terão que estar prontas para eventos testes, em 2015. Cada segundo precisa ser muito bem entendido porque não há tempo a se desperdiçar. O relógio anda mais rápido a partir de 12 de agosto, quando o prefeito vai receber a bandeira. E o Rio precisa estar pronto para responder a todas as perguntas. Mas estamos confiantes de que há tempo suficiente de entregar tudo, apesar de alguns prazos estarem apertados - disse a presidente da comissão, a marroquina Nawal El Moutawakel.
Carlos Nuzman com Gilbert Felli e Nawal El Moutawakel durante visita do COI ao Rio de Janeiro (Foto: Washington Alves / Rio 2016)Gilbert Felli, Nawal El Moutawakel e Carlos Nuzman, durante a coletiva.
Nawal fez questão de explicar que não adotou um tom mais duro com o Rio de Janeiro e que ficou satisfeita com os avanços nos projetos olímpicos.
- Ficamos satisfeitos de ver que alguns projetos avançaram. O Rio fez muito avanços depois da reunião de junho de 2011. Foi feita a matriz de responsabilidades e hoje sabemos o que cada esfera do governo está fazendo. Não foi um discurso duro, e sim normal e lógico. Nós somos uma família e estamos no mesmo barco. Voltaremos em novembro para trabalhar vários pontos para o sucesso dos Jogos. O Rio tem feito um trabalho excelente, mas viemos aqui para mostrar que esses 67 dias são um marco importantíssimo. Muito projetos foram lançados, mas há mais de 260 a serem realizados.
O diretor executivo de Jogos Olímpicos do COI, Gilbert Felli, evita fazer comparações sobre as situações em que se encontravam Atenas, Pequim e Londres no mesmo período da preparação em que o Rio de Janeiro está hoje.
- São cidades diferentes e com modelos políticos diferentes. Londres, por exemplo, teve de construir um estádio de atletismo e aqui não será preciso. Em Pequim, os chineses queriam mostrar ao mundo que podiam fazer tudo rapidadmente. Então viram que se entregassem equipamentos dois anos antes teriam um custo de manutenção. Tivemos que pedir para que diminuíssem o ritmo - disse.
O prefeito Eduardo Paes explicou que as obras do Parque Olímpico - onde ficará boa parte das arenas dos Jogos - vão começar no segundo semestre, com a preparação da infraestrutura do autódromo. A licitação para Deodoro ainda vai ser feita, e as obras devem começar no ano que vem. Ainda segundo o prefeito, a Transcarioca será inaugurada no fim de 2013.
- As obras no Parque Olímpico vão ser iniciadas por agora, a CBA (Confederação Brasileira de Automobilismo) nos permitiu fazer as obras. Vamos começar demolindo parte das arquibancadas, e algumas áreas vão ser cercadas. Mas não tomamos nenhum puxão de orelhas, muito pelo contrário. Só o que não podemos fazer é perder tempo. Vamos ter que dar um mergulho mais forte nesses equipamentos esportivos.
O presidente do Comitê Organizador Rio-2016, Carlos Arthur Nuzman, considerou positiva a avaliação da Comissão a quatro anos do evento e ressaltou que as cobranças são naturais. Sobre as disputas judiciais que envolvem algumas obras, Nuzman disse desconhecer problemas, e que "não há nenhum inconveniente sobre o uso e cessão do terreno do campo de golfe já que estão negociando com quem está no Registro Geral de Imóveis".

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